Um homem foi preso em Goiânia suspeito de agredir a ex-namorada, A.H.P, que divulgou o ataque pelo Instagram. Ainda pela rede social, ela explicou que, após a agressão, passou no Instituto Médico Legal (IML) e na delegacia. O caso foi registrado nesta madrugada de domingo (15).
O portal teve acesso aos depoimentos dos envolvidos. À polícia, a suposta vítima diz que terminou o relacionamento com o promoter T.M.O. no fim de fevereiro e que ele possuía histórico de violência doméstica. Além disso, informou que tem medidas protetivas contra ele.
De acordo com A.H.P., na noite de sábado (14), ele a abordou quando ela estava nas proximidades do Centro Cultural Oscar Niemayer, na capital. Na ocasião, o acusado disse que queria conversar e pediu que ela entrasse no carro dele. Quando a suposta vítima recusou, ele “começou a coagir a declarante”, falando inclusive que iria à escola do filho dela.
Ele, então, a convenceu a entrar no carro, dizendo que apenas a levaria onde o veículo dela estava estacionado. “Porém, durante o trajeto T.M.O. continuou insistindo em conversar e propôs que fossem a um hotel. A declarante mais uma vez, sob coação, foi com ele até o referido hotel”, disse à polícia. O acusado, segundo ela, a deixou no carro de portas trancadas e desceu, enquanto ele reservava um quarto. Lá ele a teria convencido de ter relações sexuais. Quando ele dormiu, A.H.P. tentou fugir, mas o homem acordou e foi atrás dela.
Mais uma vez no veículo, ele a levou até uma via do setor Marista. Quando ela desceu do automóvel, ele foi atrás e a puxou. No chão, “arrastada”, ela pediu socorro, quando um Uber parou para ajudá-la. Dentro do carro, ele ainda abriu a porta e deu um tapa nela, conforme relatou à polícia e expôs em vídeo nas redes sociais. Ele chegou a seguir o Uber, mas uma viatura da Polícia Militar (PM) parou os carros e prendeu o promoter.
Versão de T.M.O.
À polícia, o acusado informou que namorou A.H.P. por 1 ano e cinco meses e que promovia um evento no Oscar Niemeyer, e que recebeu uma mensagem de A.H.P., que ela estaria no local, mas que pediu para ele não se aproximar dela. Ele, inclusive, disse que estava acompanhado no evento.
Segundo ele, encontrou com A.H.P. no fim da festa e ao oferecer carona até onde o carro dela estava, aceitou. Além disso, a denunciante teria chamado ele para tomar duas cervejas e que eles passaram por dois bares no caminho, tendo parado no segundo, onde encontraram conhecidos e beberam.
Depois disso, já na madrugada de domingo (15), eles teriam deixado o bar, mas, segundo expôs, ela pediu para ir em outro local, pois não queria ir para casa. À polícia, o acusado afirmou que ela pediu para ir a um hotel, onde se “beijaram e trocaram carícias”. Além disso, T.M.O. afirmou que eles deixaram o local, pois a mãe de A.H.P. ligou. Ela teria dito para ele continuar hospedado, pois voltaria no outro dia.
O promoter relatou que a levaria para casa, mas durante o trajeto, ela perguntou se ele tinha ficado com a acompanhante que estava na festa e o autuado disse que sim. Foi quando A.H.P., segundo o ele, pediu para descer do carro e abriu a porta em movimento. Ele parou e ela começou a pedir socorro já na rua. O homem, todavia, declarou que em nenhum momento puxou. Sobre seguir o Uber, disse que o fez para ter certeza que era de fato um veículo por aplicativo. Ele também negou ter coagido ou ofendido a suposta vítima.
Defesa de T.M.O.
O advogado de T.M.O., Arthur Paulino de Oliveira confirmou que o cliente aguarda audiência. Segundo ele, o cliente nega as versões dos fatos e durante o inquérito policial vai provar sua inocência. “Hoje vai passar por uma audiência de custódia, onde a justiça vai determinar sua liberdade, condicionada com alguma medida cautelar da prisão”, destaca.
Segundo o site do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), o suspeito segue preso. Haverá uma audiência de custódia às 14h40 deste domingo.