A Polícia Civil de Goiás prendeu, na tarde desta quinta-feira (20), Waldezar Cordeiro de Matos, 69 anos, suspeito de matar e sumir com o corpo da enteada Thayná Ferreira Alves, 21 anos, em fevereiro de 2017, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
Segundo o delegado, Rafael Abrão, o suspeito foi preso em Alvorada do Norte, no noroeste de Goiás. Ainda de acordo com Abrão, Waldezar apresentou advogado após a prisão. A polícia não soube informar o nome e o G1 não conseguiu contato.
Waldezar chegou a ficar preso temporariamente na época do crime por 30 dias. Ele sempre negou o crime.
“Ele foi preso agora preventivamente. Eu não posso dar detalhes sobre o caso, mas saiu o mandado de prisão ele foi preso de novo por homicídio e ocultação de cadáver. Essa prisão não tem prazo, não é como aquela última dele que ficou só 30 dias. Ele deve responder o processo todo preso”, disse Rafael Abrão.
Ainda segundo o delegado, o mandado de prisão preventiva foi expedido na última terça-feira.
“Desde então, a gente estava empreendendo diligências para poder prendê-lo. Ele já está recolhido no presídio de Valparaíso”, informou o delegado.
Para a mãe a mãe de Thayná, Jussara Ferreira Lacerda, que já cavou em mais de 30 pontos diferentes atrás do corpo da filha, a prisão é vista com certo alívio.
“Eu me sinto um pouco aliviada, porque o principal suspeito estava solto e eu chorando dia e noite a morte da minha filha. É uma dor que não vai acabar nunca. Ele acabou com a minha vida. Como sempre digo, vou lutar sempre por Justiça, que é o que ela faria por mim se fosse o contrário”, disse a mãe.
Jussara afirma ainda que não basta só a prisão do suspeito, mas também encontrar o corpo da filha. “A Justiça entendeu que ele é culpado, mas eu sigo pedindo a Deus que ele confesse e fale onde colocou o corpo da minha filha. Quero ter o direito de mãe de dar um enterro digno a minha filha”, disse a mãe.
O advogado de Jussarra, José Carlos Carvalho, disse que a decisão pela prisão é da juíza Lorena Prudente Mendes, titular da Vara Criminal de Valparaíso de Goiás.
“A prisão dele foi por feminicídio, com três qualificadoras, porque ele é o padrasto dela. Não posso dar muitos detalhes porque nós pedimos o sigilo no processo. Mas vejo que a Justiça começou a ser feita”, disse o advogado informando que está no caso há 8 meses.
Imagem de câmera de segurança mostra quando Thayná saiu de casa no dia do desaparecimento com o padrasto, em Valparaíso de Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Desaparecimento
Thayná desapareceu no dia 16 de fevereiro de 2017. Ela foi vista pela última vez com o padrasto. Imagens de câmeras de segurança mostraram quando os dois saem de carro para que ele, supostamente, a deixasse em um ponto de ônibus na BR-040. Desde então ela não foi mais vista.
A mãe da jovem conta que morava com Waldezar desde que a filha tinha 4 anos.
As imagens da câmera que mostram toda a movimentação no dia do desaparecimento fazem parte da investigação.
Até hoje, Jussara anda com uma pá no porta-malas do carro e vai até uma mata entre Valparaíso de Goiás e Cidade Ocidental, onde cava para tentar achar o corpo da filha.
É nesta área onde Waldezar fez uma ligação telefônica para a mãe da vítima no dia do desaparecimento. Nas investigações, a Polícia Civil conseguiu a quebra do sigilo telefônico dele e apontou que o mesmo esteve na mata, no dia do desaparecimento, em um raio de 3 km.