Morreu aos 90 anos de idade, o pioneiro da fotografia em Goiás, Hélio de Oliveira. O fotógrafo havia sofrido um acidente doméstico, em que caiu do sofá e bateu a cabeça no chão. O impacto resultou em uma hemorragia no cérebro. Ele ficou internado durante 42 dias em uma unidade de saúde. Hélio estava na UTI e não resistiu a uma parada cardíaca na noite desta segunda-feira (6).
O enterro está previsto para às 14 horas desta terça-feira (7), no Cemitério Santana, em Campinas. Ele deixa quatro filhos, sete netos e três bisnetos, e um grande legado de mais de 100 mil registros fotográficos, grande parte dos primeiros anos de existência de Goiânia.
Legado
Em entrevistas concedidas ao longo da vida, Hélio de Oliveira sempre dizia do gosto e do amor pela fotografia. Conheceu o ofício de fotógrafo, quando foi estudar em Uberlândia (MG) para fazer o curso secundário, compatível hoje com o ensino médio. Teve contato com um repórter de um jornal do Rio de Janeiro e foi aí que passou a se interessar pelos registros.
Hélio aprendeu a fotografar e, ao retornar para Goiânia, registrou fatos do cotidiano, como as crianças que se banhavam no Lago das Rosas, pulando do trampolim. Também registrou, no mesmo local, a “jardineira” que fazia o trajeto Goiânia-Campinas, quando ambas ainda se tratavam de cidades diferentes.
Oliveira trabalhou no Jornal O Popular durante 10 anos. Lá, fazia um pouco de tudo, entrevistava, registrava e revelava as fotos, num tempo em que a tecnologia era bastante precária em Goiânia, encravada nos rincões do Brasil Central.
Foi o primeiro fotógrafo do governo estadual. Trabalhou lá durante décadas. Do Palácio, viu Goiânia crescer. Nos seus registros, ele nos leva a um outro tempo, a uma Avenida Anhanguera pouco movimentada, com canteiro central; Anos depois, os ônibus em estilo londrino de dois andares.
Hélio viu Goiânia nascer e crescer. Ele não só registrou esse desenvolvimento como deu oportunidade para que diversas pessoas pudessem passear, através de suas memórias, momentos marcantes da história da capital.
Eventos esportivos foram captados pelas lentes de Hélio, corridas de bicicletas, motocicletas e de automóveis no Centro de Goiânia. Registros históricos no Estádio Olímpico, partidas memoráveis de Goiás, Vila Nova, Atlético e Goiânia.
Hélio ainda capturou as monumentais construções do Autódromo Internacional de Goiânia e do Estádio Serra Dourada.
Histórico
Hélio de Oliveira, nasceu em 13 de julho de 1929, natural de Buriti Alegre, veio para Goiânia em julho de 1935, na companhia de seus pais, acreditando no desenvolvimento e no progresso da recém-inaugurada capital do Estado. No ano 2000, Hélio de Oliveira receberia da Câmara Municipal de Goiânia, título de cidadão goianiense.
O pai dele, Ozório de Oliveira, montou em 1936, em Campinas, a primeira loja de matérias de construção denominada “Progresso Goiano”. Como construtor licenciado que era, ergueu as primeiras casas residenciais desta cidade e ainda foi um dos fundadores e o primeiro presidente do Goiás Esporte Clube, em 1943. O filho Hélio encerrou seus 90 anos de vida, no dia do aniversário de 77 anos do clube fundado pelo pai.
Oliveira cresceu acompanhando o desenvolvimento de Goiânia e fez seus primeiros estudos em escolas particulares. De 1942 a 1945, cursou o ginasial no Colégio Ateneu Dom Bosco, sendo integrante da primeira turma de formandos. Conclui a etapa no Colégio Estadual de Uberlândia (MG). Sendo nessa cidade que começou a se interessar por fotografia e deu seus primeiros passos na arte.
Em Goiânia participou de vários eventos esportivos e, em 1950, exerceu a profissão fotografando reuniões sociais, atividades desportivas até que, no final de 1951, ingressou no jornalismo.
Sendo pioneiro da fotografia em Goiás, o repórter fotográfico Hélio de Oliveira, trabalhou com o ex presidente Juscelino Kubitschek, fotografando JK no sitio onde se erguia a capital do país.
*Com informações do site Hélio de Oliveira