O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que promete uma postura neutra na corrida à prefeitura do Rio, não vai reclamar de postagens feitas pelos candidatos Marcelo Crivella (Republicanos) e Luiz Lima (PSL), que disputam a eleição e a simpatia do eleitorado bolsonarista — e, para isso, publicaram conteúdos com a imagem do presidente. A montagem divulgada por Crivella mostra o presidente, o prefeito e sua vice, a tenente-coronel Andréa Firmo, esta com possível uso de farda, o que vai ser avaliado pelo Exército, que proíbe uso de uniformes em atos político-militares.
No caso de Crivella, o presidente deu aval pessoal ao uso de sua imagem. No primeiro dia de campanha oficial, domingo (27), Crivella publicou uma foto na qual aparece ao lado de Bolsonaro, procurando aparentar ter o apoio do presidente à sua candidatura. Lima, por sua vez, publicou um vídeo sobre “renovação” no qual aparecem Bolsonaro e os ministros Paulo Guedes (Economia) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura). Lima tem divulgado nas redes, ainda, o apoio recebido de pessoas que usam camisas com o rosto do presidente.
Antes de publicar o material, Crivella consultou Bolsonaro sobre o uso da foto, e o presidente acenou positivamente, dizendo que não lhe daria apoio explícito no primeiro turno, tampouco reclamaria do uso de sua imagem.
Sobre Luiz Lima, o senador Flávio Bolsonaro, filiado ao partido de Crivella, chegou a dizer ao deputado, há duas semanas, que não usasse fotos ao lado de Bolsonaro ou dissesse que tem o apoio do presidente. Lima integra a base governista em Brasília, mas, antes de se candidatar, anunciou que desistiu de se filiar ao Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende fundar. O vídeo publicado por Lima, no entanto, não chegou a ser visto como uma afronta, tendo em vista que, nele, o narrador não afirma que o deputado tem o apoio do presidente.
Nesta segunda-feira (28), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) arquivou um pedido de suspeição feito pela defesa de Crivella contra o desembargador eleitoral Gustavo Alves Teixeira, um dos sete membros da Corte que havia condenado o prefeito a oito anos de inelegibilidade, por abuso de poder político nas eleições de 2018. A defesa vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral e, se necessário, ao STF para suspender a condenação e garantir que Crivella concorra à reeleição.