O presidente começou a revisitar a lista de cotados para o Ministério da Educação (MEC). Os nomes de Sérgio Sant’Ana, ex-assessor do ex-ministro Abraham Weintraub, e de Renato Feder, secretário de educação do Paraná, voltaram ao centro da discussão na sucessão do MEC. Os nomes passaram a ser avaliados mais uma vez depois das notícias sobre informações falsas no currículo de Carlos Alberto Decotelli, nomeado na semana passada para o cargo. O governo decidiu adiar a posse do ministro e fazer um pente fino em sua carreira.
Embora ainda não tenha sido chamado na Presidência, até o meio da tarde, Sant’Ana tem forte apoio da ala ideológica do governo. O ex-assessor de Weintraub é próximo do secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, que chegou a ser cotado para a pasta, e também do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro. Já o secretário do Paraná, Renato Feder, preferiu não comentar sobre as novas movimentações em relação à troca de chefia no MEC. Na semana passada, o nome de Feder ganhou força, mas ele acabou não sendo escolhido pelo presidente.
Os militares do governo apoiam o nome do educador Antônio Freitas, que também estava entre os cotados antes da nomeação de Decotelli, e de Antônio Testa, que chegou a fazer parte do MEC e foi demitido pelo ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez.
O ministro afirmou que tinha doutorado pela Universidade Nacional de Rosário, o que foi desmentido pelo próprio reitor da instituição, Franco Bartolacci. Além disso, foram encontrados indícios de plágio na sua dissertação de mestrado. Nesta segunda-feira, outra distorção no currículo de Decotelli ficou evidente. Mesmo sem ter doutorado, continuava constando na plataforma Lattes um “pós-doutorado”, que ele diz ter feito na Universidade de Wüppertal, na Alemanha. A instituição confirmou ao GLOBO que Decotelli fez uma pesquisa na universidade em 2016, por três meses, mas destacou não ter emitido qualquer título a ele.