A bancada evangélica mira em 35 deputados para derrotar o projeto de lei que libera os jogos de azar no Brasil.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluiu o PL 442/1991 na pauta desta terça-feira (22). O tema foi adiado e deve ir a voto nesta quarta-feira (23).
Em dezembro, os parlamentares religiosos foram derrotados em um requerimento de urgência para acelerar a tramitação da proposta e analisá-la direto no plenário.
Na ocasião, 293 deputados foram favoráveis. Para aprovar as mudanças, são necessários 257.
Destes 293, a bancada selecionou 35 que acredita serem mais propensos a mudar de ideia. O foco são aqueles ligados à segurança pública e à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Há ainda deputados evangélicos que foram favoráveis ao requerimento.
O projeto original de jogos de azar, do deputado Renato Vianna (MDB-SC), é de 1991. O texto autoriza, entre outras coisas, a exploração de jogos de azar em todo o território nacional, “como instrumento de desenvolvimento social e econômico”.
O relatório ficou a cargo do deputado Felipe Carreras (PSB-PE). Ele aproveitou partes do substitutivo aprovado em 2016 pela comissão especial que avaliou o mérito do texto.
A intenção do relator é regulamentar a exploração de jogos de cassino, bingo, jogo do bicho, apostas de cota fixa, turfe (corrida de cavalo) e jogos de habilidade.
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (União Brasil-RJ) tenta ainda adiar a votação para depois do Carnaval, quando os trabalhos voltarão a ser presenciais. Acredita que, dessa forma, é mais fácil convencer os colegas a não aprová-lo.